Caminho pelo shopping, apressado pela hora do almoço, quando alguém me chama de forma amável:
“Já conhece o nosso trabalho de assistência a crianças carentes?”
Sensível à causa mas não à empresa, agradeci e expliquei que já era voluntário junto a outras entidades.
Esta abordagem “corpo a corpo”, própria dos varejos mais populares de rua, me surpreendeu.
Dois dos aspectos mais diferenciais dos shopping centers em relação ao comércio “out door” são a conveniência e a segurança.
Conveniência em escolher as lojas de nosso interesse e segurança de abordá-las com relevância.
Neste contexto, esta abordagem mais ativa, feita por equipe simpática e treinada para a venda de impacto, soa estranha.
Os grandes centros comerciais passam por uma crise de identidade. Em 2016, o número de lojas fechadas superou o de inaugurações.
Algo precisa ser pensado para que lojistas e consumidores ainda se sintam satisfeitos pelos corredores, vitrines e pisos frios… ainda resgatem “clarões” ao entrar no “salão”, como bem cantou Chico Buarque.
Certamente, o comércio de rua pode inspirar práticas mais eficazes, mas sempre haverá a necessidade de adaptações a um cliente que pagou para estar num espaço que facilite a sua vida e não lhe cause sustos…
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